quinta-feira, 1 de abril de 2021

Eu comemoro as pequenas coisas do dia a dia. É assim que eu sigo. Mas são pequenas coisas que me aborrecem também. É uma nuance de heaven or hell que só eu sei. Uma vez me disseram que aqueles que não aproveitam o silêncio temem a si mesmo. Que o estar sozinho ajuda a saber quem se é. Que o desconforto causado às pessoas que não gostam de estar sozinhas é porque elas não aguentam lidar com elas mesmas. Eu sempre lidei comigo mesma. Sempre lidei com meus anseios, minhas vibes e ânsias de mais vibes maravilhosas, porque isso é viver para mim. Entretanto, quando se tem uma companhia, estar sozinha ao lado dela me causa estranhamento. O que eu quero não tem nome, frase famosa. O que eu, de fato, sim, tem: liberdade. Meu próprio nariz. Lidar com meus problemas e comemorar as pequenas vitórias lastreadas em minha liberdade. Em pagar minhas contas, em ter minha cama. Em estar e me sentir em casa. Em sentir a paz que só quem está verdadeiramente em casa sente, ainda que essa casa seja você mesmo, e ao redor seja um aluguel. Mas não dá para alugar aquilo que sente e anseia. E eu sou isso. Por enquanto.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Frivolidades das frivolidade, tudo é vaidade
Isso porque estou com uma Bíblia nova que me frustrou pela diferença de tradução, comprometendo, um tanto, a mensagem

O que é essa vida hein. Sem interrogação no final, pois sendo pergunta é também uma exclamação
Sou muito jovem para entender. Como disse James Baldwin, em seu Giovanni, citanto 1Cor. 13, enquanto menino penso como menino e anseio, um dia, não ser mais menino

Aprender a sofrer é uma tarefa árdua. É abrir mão um pouco de nossa vaidade, jejuar
Pensar mais naqueles que estão vivendo sem aquilo. Nos tornar mais humanos
É preciso sofrer. Porque este vem quer queira quer não. É preciso aproveitar também, mas é preciso sofrer por um objetivo
Me sinto triste pelo meu primeiro relacionamento. Maldito o homem que confia no outro homem. Deveria ajoelhar mais e conversar com Deus, Ele cuida de tudo. Maldita internet também. Distorce nossa visão.

Fiz tudo que pude, apanhei injustamente. Agora preciso me amar e me cuidar como se fosse eu me vendo de fora e me estendendo a mão. É importante parar para pensar em si mesmo como alguém além de si que te cuida porque te entende, que te ajuda, que tem pena de ti e te ergue novamente.
É preciso que sejamos essa pessoa para nós mesmos, mas  não significa que devamos guardar rancor do outro. O outro que fique bem. Que se ajeite. A gente que se ame, que se cuide, que se respeite. Que respeitemos os nossos limites e que aprendamos a ir embora quando as coisas passam da linha do razoável.
Que a dor no peito nunca nos sufoque, mesmo que chegue perto.Que ajude a construir uma evolução bonita, que sem dor não seria nada. E que nossas recaídas sejam assistidas. Que Deus ajude a todos nós, sofredores errantes da vida. Que Ele tenha compaixão de nossa dor.

quinta-feira, 25 de abril de 2019



Eu gosto do agridoce;

Do ardor e do amor
Do joelho no chão fetichizado, como também daquele que propõe o jeito santo
Do paraíso eterno e do harém mundano
Chego a compreender o errado no cordeiro de ouro
Mas as vezes me encontro sambando ao seu redor

A carne e o transcendente
O sagrado e profano
Nem oito nem oitenta, sigo apenas tentando

De molho em minha própria solidão
Em banho maria com o ardor da vida
Me tornando líquida; ao passo que me transforma;
Derrete meus anseios
Me tornando mais mortal; frágil, desgostosa

Simultaneamente sigo bebericando do caldo grosso da existência
Saciando meu espírito com as experiências da esfera terrestre, conjuntamente com as projeções que só minha mente sabe reproduzir em meu ser
Talvez eu seja mesmo aquele ser híbrido que propõe José de Alencar
Eivado de vícios e virtudes, sem muito valor
Pari passu caminhando nas avenidas da vida tendo como propósito servir ao próximo
Com a mera expectativa de auxiliar na salvação da minha alma
Quem sabe assim minha existência não se torna menos efêmera e fugaz
Anseios...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Moro em um dos últimos bairros do litoral sul da minha cidade - a metrópole de Maceió; próximo a mercadinhos, garagens de coletivos e a pobreza incessante da capital. Por trás da minha casa há o terminal de ônibus do meu bairro. Adoro ouvir a chegada e a partida das linhas quando vou para a área da lavanderia fumar. Me remete a novas possibilidades: outros caminhos e rumos a tomar. Sempre que fumo me sinto em contato com algo que não sei bem explicar, talvez seja com a soberba intelectual dos fumantes e a superioridade moral que se alastra no interior de quem busca um norte nobre na existência. O quintal é rústico: pia, roupas estendidas, parede mofada e um pedaço do céu acima do olhar. A fumaça que exalo segue o caminho das nuvens, até desaparecer por completo, voltando para longe, seu aclamado habitat. Pelo menos uma parte de mim encontrou seu lugar: com o branco do suspiro vou libertando não só as toxinas do cigarro, como da minha própria alma e mente, inquieta e ardente, só instando salientar. Os ambientalistas de plantão vão falar que sou responsável pelo buraco na camada de ozônio ou o derretimento das geleiras devido ao meu mau hábito de fumar. Ou quem sabe levarei nome de hipocrita por continuar com maneiras pífias mesmo após conhecer A Verdade. Mea culpa, tenha como certo. Mas rumar às nuvens diariamente requer uma maneira mais chula de tentar constantemente se aproximar. Por enquanto, utilizo meu trago, e trago em mim a sede de me libertar.

domingo, 2 de dezembro de 2018

Primeiro de dezembro de 2018. Mais um ano sem respostas. Ou perguntas até demais. Conhecer a palavra dEle deveria ser o suficiente. Agir como Cristo o único caminho a se rumar. Mas se somos imperfeitos como isso executar? O mais próximo possível deve bastar. Mas no dia a dia é difícil se conformar, aprender a lidar com os próprios defeitos e a insistência cíclica no erro. Parece nunca cessar. É só piscar e, putz, fiz de novo. Quando, meu Deus, isso vai parar? Me esforço pra ser alguém melhor, fazer as coisas certas, mas um germe de pecado insiste em brotar. Um ressentimento, vicios de comportamento, avulsos e idólatras. Mas todo dia é terapia, todo dia é reabilitação. A leitura é constante, rumando uma nova superação, ampliação de horizonte. Só peço a Deus sabedoria e discernimento. O resto vem, só isso basta. E que a palavra de Deus seja o nosso lar.

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

É preciso ter o dom da moral ilibada para não ser covarde. É preciso ter a verdade constante ecoando em seu interior pra não cair no engano. Ledo engano. O saber não garante a execução. Ser constante nesse mundo inconstante é pros mais fortes. Aqueles que não só possuem o dom do saber, mas o tem como exercício diário. O saber isolado não significa muito. A fé sem obras é fé morta. As vezes sabemos o que fazer e o que nos incomoda, mas isso de nada vale se não nos modificarmos. A vida é sofrer. E é preciso pagar o preço. Estar nesse corpo temporal confunde o ser. O que é preciso para alimento da alma é o bastante, mas sempre se quer mais do que se é preciso. Dizem que é da natureza humana. Talvez seja só eu e meu mau caráter. Ou talvez não botei em prática toda minha sapiência transcendental. É mais fácil pedir desculpas do que fazer o que é certo sempre. 21 anos é pouca coisa, mas a maturidade já bate na porta. Abrir ou não exige sacrifício. Mas o que na vida não? O impasse reverbera entre a alma e a carne. A justiça só vem após o fim de tudo isso. Mas a glória contida no após compensa qualquer sofrimento carnal. Façamos nossa escolha. Dualidade ficou no barroco. Ou sempre se fez presente na essência humana? Talvez ainda seja cedo. Ou quem sabe tarde demais. Quem fará as honras?

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Cigarros representam dor. E a dor é uma constante essencial da vida. Aquele papo oriental de yin e yang. O equilíbrio precisa ser mantido. O ser humano está eternamente vinculado a vontade de vida. Acordar todos os dias, desjejuar, passar 16 horas numa minguante de estudos e trabalho a fim de sobreviver nesse mundo burocrático de hoje em dia é a prova disso. A vida é uma permanência eterna, mesmo que num estado temporal, e a luta pela sobrevivência é uma equação em evidência. É por isso que a morte é uma realidade paralela. Lutamos pela vida todos os dias, mesmo quando sentimos dor e causamos mal a nós mesmos, fumando um cigarro, bebendo um licor ou fazendo escolhas erradas. Pode não ser que a vida seja uma eterna fruição dos sentidos, porém não faz sentido viver sem sentir. E nos momentos, tais bons quais ruins, ambos estao repletos de sentir. Aí estamos vivos. Há coisas que só passam a fazer sentido com o passar do tempo. Uma certa dor passada pode ser no amanhã superação e nova qualidade de vida. Tendo em mente a todo instante que tudo não é nada se não vaidade e aflição de espírito. Não há nada de novo abaixo do sol. Mesmo convertida e fiel em Cristo me pego tropeçando pelos caminhos. Caindo nas armadilhas. Perdendo a mim mesma. A frustração de lutar pela vida todos os dias envolve o saber da finitude desta, bastando apenas um segundo para que tudo acabe, como num pensamento radical e maquiavélico. Mas tudo que é eterno requer sacrifícios, e além de lutar pela vida estou numa constante luta pela minha alma, sempre tentando melhorar a mim mesma, mesmo que continue errante no caminhar. Todo esse sofrimento não pode ser a toa. Mas continuo sozinha, injustiçada e errante. Cigarros me refugiam.